História

Os primeiros dias de vida organizada em Acorizal aconteceram após o assentamento dos garimpeiros na região de Cuiabá, dos quais não restou memória. No entanto alguns nomes de garimpos permanecem na geografia de Acorizal, dentre eles o sugestivo nome de Candonga, que popularmente significa lisonja enganosa.

Uma pesquisa recente iniciada por escolares deu ocasião a que pessoas mais antigas desatassem as tradições primeiras do lugar.

Constam que duas famílias de portugueses fugiam de perseguições políticas cuiabanas, em 1817, e se arrancharam onde hoje se assenta a igreja de Nossa Senhora das Brotas.

Uma das famílias possuia uma estátua de Nossa Senhora das Brotas para veneração. As duas famílias se ocupavam com caça, pesca, garimpagem e se entendiam com os índios do povo boróro das circunvizinhanças, escapos às antigas preias paulistas. Uma família possuía uma vaca com cria. Sete meses depois de chegarem ao novo sítio, a vaca desapareceu.

Após muito procurarem, a vaca foi encontrada morta no córrego do Garimpo da Candonga. Em prece fervorosa, os sitiantes colocaram a imagem de Nossa Senhora num tronco seco de uma árvore do cerrado, comumente denominada lixeira e pediram recurso, pois não podiam ficar sem gado. Na manhã seguinte, o tronco da lixeira rebentava em brotos e a vaca apareceu com o ubre cheio de leite. Agradecidos, os portugueses modelaram uma vaquinha em barro, com as pernas para cima e a colocaram no pé da imagem.

Uma outra narrativa parafraseia a história de Nossa Senhora Aparecida. Alguns pescadores, certo dia, labutavam na pescaria e não conseguiam encontrar nenhum peixe. Numa tarrafada, colheram a imagem de Nossa Senhora das Brotas. Logo a seguir pegaram tanto peixe, como nunca haviam conseguido, em pescaria nenhuma.

As duas versões representam as primeiras forças formadoras do povoado de Brotas: o trabalho da terra e as atividades ribeirinhas.

Brotas, com o tempo, passou a produzir víveres para Cuiabá. Tudo era transportado pelo Rio Cuiabá. O progresso chegou a pôr o nome de Brotas em destaque, devido à plantação de canaviais pelas beiras de correntes de água. Brotas movimentava engenhos de rapadura, açúcar de barro e aguardente. 

A Lei Provincial de 25 de agosto de 1833, criou o Distrito Paroquial de Nossa Senhora das Brotas, subordinado à Freguesia de Nossa Senhora do Livramento. 

 As atividades foram sofrendo declínio com a falta do braço escravo. Mas a introdução da pecuária, ramo de atividade que se podia desenvolver simplesmente com o auxílio de familiares, veio, em parte, restabelecer o equilíbrio econômico de Brotas e da região. Aos poucos foi entrando o trabalho assalariado na agricultura. Com o projeto da linha telegráfica de Cuiabá a Porto Velho, Brotas tornou-se posto telegráfico.

Aqui o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon tomou as últimas providências para o reconhecimento do Rio Juruena, até então insuficientemente conhecido. Rondon chegou a Brotas a 7 de agosto de 1907. Dedicou o tempo especialmente ao preparo da expedição ao Juruena: “...assim Juruena, se nos apresentava como uma verdadeira incógnita, cuja solução íamos tentar por cálculos aproximados.” No dia 15 de agosto, Rondon inaugurou a estação telegráfica de Brotas. 

O Decreto-Lei nº 208, de 26 de outubro de 1938, altera a denominação de Brotas para Acorizal. A Lei nº 663, de 10 de dezembro de 1953, retificou os limites dos Distritos Policiais de Acorizal, Aleixo e Baús. A Lei nº 691, de 12 de dezembro de 1953, de autoria do deputado estadual Lenine Póvoas, criou o município de Acorizal.

Fonte: Portal Mato Grosso

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